Livros de Literatura e História do Amapá

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O Benzedor de Espingarda: Paulo Tarso, Nos Céus da Vida: José Pastana, CD Acalantos Poéticos: Pastana e outros poetas, Coletânea (poetas, contistas e cronistas do Meio do Mundo): Org. Manoel Bispo, A Cultura do Amapá em fotografias: Augusto Oliveira versão em Francês Katiúscia Fernades, Amapá: vivendo a nossa história - Maria Emília Brito Rodrigues e Marcelo André Soares

segunda-feira, 20 de junho de 2011

ANÁLISE DESCRITIVA DO CONTO ACAUÃ DE INGLÊS DE SOUSA

Universidade Vale do Acaraú – UVA / AP
Orientação: Eusébia de Fátima Santa Rosa
Disciplina: Tópico de Literatura Amapaense – Literatura da Amazônia
Curso: Licenciatura Plena em Letras
Acadêmicos:
Andeza Furtado Rodrigues
Dério Oliveira Maciel
Joana da Paz Silva
Luanne Karine Conceição de Oliveira
Márcia Gomes de Oliveira
Reinaldo Santos da Silva
Waldery Pantoja da Silva Chagas


 “Ele possuía, para ser escritor, as qualidades essenciais. Os assuntos que fixou no romance ou no conto eram dignos do conto ou do romance e documentaram, de modo inequívoco, a sua capacidade na escolha dos motivos. Usava uma boa língua e era sóbrio, sem sacrifício da verdade, na descrição dos cenários e das figuras. Era, em suma, um talento que esperava, apenas, a colaboração do tempo e a continuidade do trabalho.”
De Humberto de Campos
(Carvalhos e Roseiras, José Olímpio Edit., 1935.)

ANÁLISE DESCRITIVA DO CONTO ACAUÃ DE INGLÊS DE SOUSA

APRESENTAÇÃO


Tem-se por objetivo trabalhar o conto Acauã do autor Inglês de Souza. Em razão disso, apresentar uma sucinta biografia, obras, características do estilo literário e regionalista, resumo do conto, fazer uma análise descritiva do texto e abordar a temática dentro do contexto, e assim demonstrar como o texto foi construído.

1. BIOGRAFIA DE INGLÊS DE SOUSA
Escritor Inglês de Sousa

O escritor, jurista e político Inglês de Sousa introduziu a escola literária naturalista no Brasil mediante uma obra voltada para a natureza e a vida amazônicas.
Herculano Marcos Inglês de Sousa nasceu na cidade de Óbidos, no Estado do Pará, em 28 de dezembro de 1853. Oriundo de família tradicional do Pará foi enviado para o Maranhão aos 11 anos, como aluno interno, e concluiu seus estudos na cidade do Rio de Janeiro. Em 1872 ingressou na faculdade de Direito de Recife e graduou-se em 1876, em São Paulo, SP, onde passou a residir. Ainda estudante, revelou vocação literária e se dedicou ao jornalismo, primeiro foi secretário de redação do jornal liberal A Tribuna, de São Paulo. Fundou o Diário de Santos e a Tribuna Liberal, ambos em Santos, SP, após ingressar no Partido Liberal. Foi presidente das províncias de Sergipe e Espírito Santo.
Luís Dolzani, pseudônimo utilizado por Inglês de Sousa, publicou seus primeiros romances numa época em que o Naturalismo era desconhecido no Brasil. A partir do primeiro trabalho, fez dos problemas humanos da Amazônia a preocupação central de suas obras. Tanto o primeiro como o segundo livro, não alcançou repercussão, mas inaugurou a corrente naturalista na literatura brasileira. O autor tornou-se conhecido com o seu terceiro trabalho, no qual descreve com fidelidade a vida numa pequena cidade do Pará. Como em toda a sua obra, percebe-se a influencia de Zola e o estilo semelhante ao de Eça de Queiroz. Morreu no Rio de Janeiro, JR, em 6 de setembro de 1918.

1.1  OBRAS

Romance O Cacaulista: 1976; Cenas da Vida do Amazonas: História de um Pescador: 1876; O Coronel Sangrado: 1877; O Missionário: 1888; Contos Amazônicos: 1893.

2. REALISMO E NATURALISMO

O Naturalismo não é independente do Realismo. Ambos têm como objeto de observação a realidade exterior; ambos são postos em relevo pela literatura no mesmo período. O Naturalismo incorporou ao Realismo o cientificismo da época, o determinismo e a crença de que os homens estariam condicionados pela hereditariedade, pelo meio e pelas circunstâncias, criado daí romances que são verdadeiras teses científicas, nos quais o artista cria situações de causa e efeito para melhor descrever atitudes e personalidades, evidenciando preocupações patológicas.


2.1. CARACTERÍSTICAS REALISTAS / NATURALISTAS

► Veracidade: Desprezando a imaginação romântica, o realista procura narrar fatos que tenham seus correspondentes na realidade exterior, evitando, portanto, situações que possam parecer artificiais ou improváveis.
Contemporaneidade: Ao contrário dos românticos, que se evadiam para um mundo situado no passado ou no futuro, os realistas procuram a realidade que lhe é contemporânea. 
Retrato fiel das Personagens: Na busca da verdade, o realista prefere retratar tipos concretos, vivos, não-idealizados. Por coincidir com o desenvolvimento da psicologia, o Realismo, além de retratar, procurar interpretar o caráter da personagem e os motivos de suas ações. E comum a caracterização de indivíduos que representem aspectos negativos da natureza humana: o avarento, o covarde, o ambicioso, o fraco, o mesquinho, a adultera, a prostituta etc.
Gosto pelos detalhes específicos: Objetivando personagens e ambientes, na observação de atitudes e sentimentos. Isto também contribui para uma certa lentidão da narrativa. 
► Linguagem próxima à realidade e preocupação formal: O universo semântico do realista retrata a realidade cotidiana. Enquanto o romântico tem como palavras-chaves, estrelas, sonhos, ave, lua, sentimento, mar, o realista utiliza-se de palavras menos nobres e até mesmo vulgares peixaria, tuberculose, moléstia, moedas, cebola, carne, podridão. A linguagem realistas, é simples, natural, correta, clara e equilibrada.
► Visão determinista e mecanicista do homem: O homem é considerado como um animal sujeito a forças que determinam o seu comportamento: o meio, o instinto, a hereditariedade e o momento.

3. RESUMO DO CONTO

           
O capitão Jerônimo Ferreira voltava de uma caçada mal sucedida - não lembrou que era sexta-feira – era tarde da noite, muito escuro, se assustou com o grito horrível da grande sucurijú, saiu correndo e caiu, pensou estar na soleira da sua porta, espantou um pássaro escuro. Caído, muito tempo ficou caído sem sentidos. Ao acordar olhou para o rio e viu uma canoa se aproximando, correu em sua direção dentro havia uma criança - uma menina - o caçador a criou como filha dando-lhe o nome de Vitória. Aninha sua filha, aos 14 anos era alta, magra e Vitória era forte com beleza masculina e tinha hábito de passar os dias fora de casa. Ambas eram unidas, mas, Aninha demonstrava medo de Vitória. Aninha foi pedida em casamento pelo filho de um fazendeiro do Salé, mas dias depois desistiu. Um ano depois foi pedida novamente pelo Ribeirinho e o pai a obrigou casar-se. Vitória revoltada passou os dias na mata dando gargalhadas e assustando os pássaros. No dia do casamento Vitória sumiu ninguém a encontrou. Na hora do sim, Aninha ficou estática e desmaiou sobre os degraus da igreja, hirta como uma defunta. O pai seguiu seu olhar e viu Vitória com um olhar demoníaco, a língua bifurcada, igual a uma cobra. Nesse momento Vitória sumiu, Aninha dobrou os braços como se fossem asas e gritou -“Acauã!” “Acauã!” O pai lembrou-se da noite que achou Vitória. No alto da igreja um pássaro gritou: “Acauã!” “Acauã!” Na igreja diziam apavorados: é o Acauã!

3.1. ESTRUTURA DO CONTO

Espaço físico e geográfico: Vila de São João Batista de Faro, cidade de Óbidos, Estado do Pará, localizado no Vale do Amazonas na Região Norte do Brasil.
► Espaço social: Vila de São Francisco de Faro, moradores da vila, fazendeiros e pescadores.
► Cronológico: “(...) só com uma filhinha de dois anos de idade”. “Eram moças bonitas aos catorze anos, mas tinham tipo diferente”.
► Psicológico: Na igreja durante a cerimônia do casamento, todos foram psicologicamente abalados. 
► Flash black: “Só o capitão Jerônimo, em cuja memória aparecia de súbito a lembrança da noite que encontrara a estranha criança, (...)”

3.2. CARACTERIZAÇÃO DOS PERSONAGENS

Capitão Jerônimo Ferreira: Viúvo, velho caçador e pai de Aninha
Aninha: Moça frágil.
Vitória: Moça forte, aparência robusta com traços masculinos.
Filho do fazendeiro: Rapaz bem-apessoado, primeiro pretendente de Aninha.
Ribeirinho: Segundo pretendente e noivo de Aninha.

3.3. FIGURAS DE LINGUAGEM

► Comparação: “Era um clamor só comparável ao brado imenso que hão de soltar os condenados no dia do juízo final.”
“A noiva põe-se a tremer como varas verdes, com o olhar fixo na porta lateral das sacristias.”
“O pai, ansioso, acompanhou a direção daquele olhar e ficou com o coração do tamanho de um grão de milho.”
► Contraste: No dia da celebração do casamento o insólito acontece: Vitória aparece na porta da sacristia metamorfoseada de medusa com língua de cobra, o que espanta a todos na Igreja, e faz Aninha cair nos degraus do altar, tendo convulsões.”
► Prosopopeia: “Do fundo do rio, das profundezas da lagoa formada pelo Nhamundá levantava-se um ruído que foi crescendo, crescendo e se tornou um clamor horrível, insano, uma voz sem nome que dominava todos os ruídos da tempestade.”
“Aquela voz era a voz da cobra grande, da colossal sucurijú.”
► Metáfora: “A boca, ornada de magníficos dentes, tinha um sorriso de gelo.”


► Arcaísmo: “E o que vosmecê tem com isso?”

► Crendice: O dia de sexta-feira é considerado, para os habitantes de Faro, um dia agourento, em que terríveis malefícios podem acontecer.

► Misticismo: Os habitantes da cidade de Faro eram religiosos, mas, acreditavam no sobrenatural.


3.4. ANÁLISE DO CONTO

Segundo os estudos de Massaud Moisés a análise de um texto prosa se dá por meio da leitura com intenção de explorar pormenorizando por completo a obra, para particularizar os ingredientes, ou seja, as personagens, o tempo, a ação, o ponto de vista narrativo, a linguagem e figuras de linguagem.
Observa-se que o conto Acauã de Inglês de Sousa é narrado em terceira pessoa, ou seja, por um narrador observador, que não tem participação no conto. Tem como principais personagens o capitão Jerônimo Ferreira, Aninha e Vitória. 
Ao analisar o texto percebe-se que se trata de um conto, misterioso e cheio de suspense, bem típico das lendas amazônicas. No conto discute-se a experiência do amazônida quanto ás relações do imaginário com as vivencias históricas, discussão necessária à compreensão da sobrevivência de um homem integrado às particularidades e aos mistérios da floresta. E no final do conto percebesse como os personagens se entrelaçam a essa questão. Aninha é frágil em relação à Vitória, porém, quando "transformada" em ave faz Vitória fugir ao ouvir seu "canto agourento", pois as cobras fogem ao ouvir o canto do acauã. Aninha representa também a visão estereotipadas que se tem da mulher, a docilidade, a submissão, a insegurança e a obediência quando se submete a ordem de seu pai para casar-se com Ribeirinho, que não aceitava mais um não de Aninha, e até mesmo a Vitória sua Irmã que era o seu oposto, já que parecia ao seus pés uma escrava junto a senhora.
Nesta análise percebe-se uma requintada elaboração estilística, em termos de linguagem literária, também cabe observar o brilhantismo com que o Autor maneja o gênero conto. Especialmente, este, que se situa no universo da literatura fantástica.
Pode-se observar que, o Autor soube elaborar literariamente personagens e situações sobrenaturais extraídas do folclore ou do imaginário popular regional, criando uma narrativa que, além do final surpreendente, têm um clima denso e assustador.
O contraste apresentado neste conto esta no fato do encontro entre a igreja e a crença, a partir do momento em que para a igreja é lenda um pássaro ser misticioso. 
Embora o Acauã aponte fortemente para elementos do imaginário amazônico, ele também possui um relevante fundo social, que indica procedimentos padrões para a sociedade patriarcal durante o século XIX, - quando Aninha falou ao pai que não queria mais casar com o Ribeirinho – o pai determinou “- Pois agora há de casar que o quero eu.” 
Observa-se na leitura do conto a agudez científica que o Escritor empregou ao descrever seu enredo, com informações precisas sobre a vila, a população, os costumes, as tradições, o meio ambiente, entre outros a reconstituição da vida na cidade de Faro, no Pará, no período que a economia era baseada no cultivo do cacau e na pesca do pirarucu. O Autor é um realista moderado, e o Naturalismo é uma grande característica desta obra. É um Realismo natural.
A produção do Autor se distingue dos romances do Naturalismo clássico, pois não trata tanto da descrição do ambiente/cenário, mas, fundamentalmente, como descreve o modo de vida dos ribeirinhos amazônidas.
O regionalismo apresenta-se de forma documental ou histórica sobre as diversidades regionais, revelando novos dados da realidade nacional.
Observa-se que as características marcantes do realismo/naturalismo, do conto se aproxima de reportagem, como se fosse um inquérito sobre a natureza e o homem. A narrativa é lenta, passa pelos lugares, analisa a vida em sua monotonia, sua morosidade, e a sondagem psicológica do homem como um joguete do determinismo, estes traços são bem marcantes na obra.
Percebe-se que as pessoas da cidade de Faro acreditam que, com um simples canto, o pássaro acauã prenuncia grandes desgraças. No fim do conto todos acreditam que, a culpa daquela tragédia deve-se à acauã que estava em cima do telhado que respondeu ao canto de Aninha.
Acauã é o nome de uma ave cujo canto é considerado mal-agourado e/ou prenunciador de chuvas.


4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta análise do conto Acauã de Inglês de Sousa como objeto de estudo de forma descritiva e aprofundada. Observou-se no conto as características realistas/naturalistas e o regionalismo amazônico, no contexto de vida dos personagens residentes na Vila de São João Batista de Faro utilizados como cenário pelo autor.
Pode-se observar as descrições minuciosas do cenário principal e o vocabulário regional, que contribuiu para o desenvolvimento deste trabalho, que acrescentou em termos de conhecimentos no aprendizado acadêmico.
Sendo o introdutor do naturalismo no Brasil e o primeiro romancista da Amazônia, observou-se o compromisso do Autor com a realidade, daí o realismo/naturalista pulsante no texto, acredita-se que seja uma homenagem à região em que nasceu.

           
VOCABULÁRIO

Anuíram: Consentiram, aprovaram.
Aquiesceu: Consentiu, aprovou.
Aziago: Agourento.
Compleição: Constituição física de alguém.
Enleado: Embraçado, atrapalhado.
Fragor: Estrondo.
Furibundos: Furiosos.
Hirta: Teso, imóvel.
Ilhargas: Cada uma das partes laterais e inferiores do abdome
Laborioso: Trabalhoso.
Languidez: Estado de lânguido; langor.
Lúgubre: Relativo a, ou que é sinal de luto, morte.
Malta: Bando, grupo.
Murucututú: Coruja parda com partes amarelas.
Transviou-se: Desviou-se.


REFERÊNCIAS


AMORA, Antônio Soares. Minidicionário Soares Amora da língua portuguesa. São Paulo, 19a ed., Saraiva, 2009.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Eletrônico. Editora Positivo, 7a edição, 2004.

MOISÉS, Massaud. A análise literária. São Paulo, 15a ed., Cultrix, 2005.

SOUSA, Inglês. Contos amazônicos. São Paulo – SP, 1a ed., Editora Martin Claret, 2008.


ANEXOS 


BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE FARO

O Município de Faro teve sua origem na aldeia dos índios Jamundás que, à época era acompanhada pelos missionários da Congregação Capuchos da Piedade e ficava situada logo abaixo da confluência do rio Paratucu com o Nhamundá. Em virtude desse local não possuir condições favoráveis ao desenvolvimento do povoado e, ainda, pela dificuldade de adaptação dos padres Capuchinhos ao local, a missão foi transferida para a margem do lago, colocando-a sob a proteção de “São João Batista”, Padroeiro do Município. Sendo-lhe dado o nome de aldeia dos Jamundás, chamada também de Nhamundá.
Marca, portanto, o dia 27 de dezembro de 1769 a data da instalação do município de Faro.
Em 1771 o senado da câmara foi constituído pelo juiz ordinário Sebastião Francisco Pereira, e, vereadores, Lourenço Nunes Pereira, Amaro Pereira da Silva e Simeão Lopes. Como a vila passou Faro para a Independência.
A primeira câmara municipal eleita e empossada segundo a lei de 1828 que organizou os municípios do império juramentou-se a 30 de maio de 1829, para o período de 1829 a 1832, com os seguintes cidadãos: Francisco da Costa Tavares, Presidente; e, Vereadores Libório Antônio de Menezes, Felipe Tiago Tavares, Miguel Antônio da Silva, Vitorino Pereira Marques e João Antônio de Souza.
Faro sofreu enormemente com as ocorrências da cabanagem, havendo sido vítima dos bandidos que infestaram o interior da província. Em sessão extraordinária de 27 de março de 1836, a sua câmara reconheceu a autoridade de Eduardo Francisco Nogueira Angelin.
Faro foi elevado a comarca pela Lei nº 29, de 30 de julho de 1892, sendo esta instalada em 24 de dezembro seguinte, ficando, pela Portaria de 06 de fevereiro do ano seguinte dividida em duas circunscrições, elevadas a três pelo Decreto nº 161, de 20 de dezembro de 1895.
Em reunião solene do Conselho municipal, realizada a 16 de agosto de 1899, o intendente Antônio Leandro da Costa, e os vogais, Silvestre Fernandes dos Reis, Militão José Paulain, Francisco Antônio Batista, Eduardo Antônio da Costa e Benedito |Henrique Pereira protestaram contra a invasão do município de Faro pelas autoridades amazonenses, sem aviso algum do governo do Pará, introduzindo a desordem e a anarquia em território pacificamente jurisdicionado pelo Pará e por paraenses, ocupado antes de 1750.
A ocupação das terras pelos amazonenses perdura até hoje sob a denominação de Contestado. De acordo com os quadro de divisão territorial datados de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, e o anexo ao Decreto-lei estadual nº 2.972, de 31 de março de 1938, o município de Faro compõe-se de dois distritos: Faro e Terra Santa.
Observa-se o mesmo nas divisões vigentes nos qüinqüênios 1939 – 1943 e 1944 – 1948, fixadas, a primeira pelo Decreto estadual nº 3.131, de 31 de outubro de 1938, e a segunda pelo Decreto-lei estadual nº 4.505, de 30 de dezembro de 1.943.
Esta legislatura foi constituída em 1955, tendo sido eleito Prefeito Municipal o senhor Wladimir Costa Rossi e constituída a Câmara Municipal de 07 vereadores. Em 1991, pela Lei nº 5.699, de 13/12/91, o Município de Faro teve parte de seu patrimônio territorial desmembrado para criação do município de Terra Santa. Atualmente, é formado apenas pelo distrito-sede de Faro, nome de origem portuguesa dado pelos capuchos da Piedade à aldeia dos índios Jamundás.
Faro, paraíso ecológico no oeste paraense. No mês de setembro, é o melhor período para fazer visitas as praias porque a vazante do Rio Nhamundá permite a este povo privilegiado ver as primeiras pontas de praia.
O Município de Faro desponta hoje, como um dos principais pontos de turismo ecológico no Oeste do Pará, seja pela sua tranquilidade (condição buscada pela maioria dos turistas), ou ainda pelos pontos de pesca ao tucunaré, e, também pela cerâmica indígena da região, embora um pouco rara nos dias atuais, mas, com certeza bastante presente nas casa de particulares de alguns moradores.
A cidade foi agraciada pelos deuses, com belas praias em toda sua orla, as famosas muiraquitãs aqui são encontradas nas ruas da cidade logo após uma chuva torrencial, e, por isso, não estranhe ao ver o povo agachado procurando por um belo amuleto esverdeado, seja em forma de contas, peixes ou rãs.
Embora não tenha ainda uma infraestrutura no ramo de hotelaria, já existem algumas pensões que poderá atende-lo com uma comida caseira da melhor qualidade, e mais ainda, uma hospitalidade comparada a de seus velhos amigos. Se você é do tipo aventureiro, poderá agendar uma pesca ao tucunaré no alto Nhamundá, nesse caso aconselho que sua tralha seja de boa qualidade, pois, aqui eles chagam a pesar 10, 12kg, ou ainda uma visita ao lago do Espelho da Lua, local onde as famosas guerreiras amazonas banhavam-se.
O município conta hoje com uma população de aproximadamente oito mil habitantes divididos entre campo e cidade, são constituídos por um povo determinado e aguerrido que zela pelo seu patrimônio territorial e por suas belezas naturais. E essas mesmas características são utilizadas nas escolas da cidade tanto da esfera municipal quanto da estadual.
As ações desenvolvidas pelas instituições de ensino são enriquecidas tanto pelos espaços utilizados quanto pelo comprometimento de todas as camadas sociais no seu sucesso. Sinônimo disso são os Jogos Escolares desenvolvidos pelas escolas através da disciplina Educação Física.
O município é constituído de um povo determinado e aguerrido que zela pelo seu patrimônio territorial e por suas belezas naturais. E essas mesmas características são utilizadas nas escolas da cidade tanto da esfera municipal quanto da estadual.
As ações desenvolvidas pelas instituições de ensino são enriquecidas tanto pelos espaços utilizados quanto pelo comprometimento de todas as camadas sociais no seu sucesso. Sinônimo disso são os Jogos Escolares desenvolvidos pelas escolas através da disciplina Educação Física.