Livros de Literatura e História do Amapá

Livros de Literatura e História do Amapá
O Benzedor de Espingarda: Paulo Tarso, Nos Céus da Vida: José Pastana, CD Acalantos Poéticos: Pastana e outros poetas, Coletânea (poetas, contistas e cronistas do Meio do Mundo): Org. Manoel Bispo, A Cultura do Amapá em fotografias: Augusto Oliveira versão em Francês Katiúscia Fernades, Amapá: vivendo a nossa história - Maria Emília Brito Rodrigues e Marcelo André Soares

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NA MUNHECA CONTO DE PAULO TARSO

NA MUNHECA

Original: Paulo Tarso

Negão roncava que fazia medo naquele princípio de madrugada. Com uma violenta bordoada em cima da mesa onde o parceiro recostava o rosto. Manecão acorda-o e pobre coitado quase vai ao chão por causa do susto:
Apesar do teor dessas palavras, aquilo era uma simples brincadeira. O que Manecão queria mesmo era que o seu colega fosse comprar cigarros. E Negão, com os olhos ardidos, espreguiçando-se, pegou o dinheiro, vestiu a camisa toda remendada e saiu em busca de um comércio que estivesse aberto. Por isso, ele encaminhou-se logo para a beira da estrada, onde ficava a zona e os botecos de Moisinho, Dasdores e Janico.
Foi só Negão sair para que surgisse imediatamente as luzes de um veículo, que estacionou ao lado da casa onde funcionava o escritório de Eustáquio Teles – que antigamente possuía lanchas, usina de beneficiamento de arroz e uma pequena torrefação. Sempre prevenido, Manecão pegou o 38, guardou-o e ficou cuidando dos afazeres. Debruçando-se no parapeito da casinha, espreitou para descobrir quem estaria dirigindo o caminhão. Depois da abertura daquela rodovia as coisas começaram a esquentar. Com o grande fluxo de forasteiros a pequena cidade assistiu a um inusitado aumento da violência. Roubos, assassinatos e atropelamentos passaram a fazer parte da rotina da população, outrora tão sossegada.
Manecão avistou um homem, que a princípio não deu para reconhecer por causa da pouca iluminação. O tal sujeito, logo que se aproximou do Posto, mostrou-se cheio de valentia e arrogância, disposto a arrumar encrenca. E esbravejou:
- Eu andei tomando umas biritas por aí e agora resolvi tomar banho peladinho da silva. Ouvi dizer que você é um cabra bom de gente, mas vim aqui conferir.
No outro dia, na presença do delegado, Manecão contou o que ocorrera depois que o valentão saíra do banho: “Seu doutor delegado, sou um homem de bem, pai de família, funcionário do Estado e vou lhe dizer uma coisa com toda minha sinceridade: não tolero desaforos nem desmoralizações, de jeito e qualidade. Tá certo que aquele cabra-de-peia tivesse tomado umas e outras. Mas homem que é homem sabe o que faz. Eu tô cansado de avisar que não se cutuca a onça com vara curta. Onde já se viu um desrespeito tão grande? Ele chegou me azucrinando, me chamando de frouxo, de covarde e de outras mais... coisas que não se diz a homem casado, de idade. Nessas horas eu fico novinho e ligeiro que nem um rapaz de dezoito anos. Eu ainda acho que o safado teve muita sorte de eu não ter dado um tiro bem no meio da cara dele. Só não atirei pra matar porque não quero ficar devendo promessa a São Lázaro, protetor dos cachorros. Olha, vou dizer uma coisa aqui pra vocês: distância de vinte ou trinta metros sou capaz de acertar na cabeça de um palito de fósforo. Na hora que o sujeito tentou me agredir com um pedaço de pau, mirei na munheca, só pra não estragar o resto do couro. Aqui nesta Baixada do Mearim, só eu e meu compadre Moisinho sabemos atirar desse jeito. Já vi meu compadre fazer uma coisa que eu pensei que só eu fazia, ou seja, jogar um limão pro alto e cortar o bicho no meio, à bala.”

DANS LE POIGNET

Tradução: Joana da Paz Silva
Revisão: Professora especialista Rosilene Ferreira de Souza

Negão ronflait qu’il faisait la peur dans lequel débout de l` aube. Avec une violente tapé du poing sur la table où le partenaire appuyer le visage. Manecão le réveille et le pauvre malheureux qui est presque a tomber par terre à cause d’avoir peur :
- Tu ne dort pas, noir têtu! Ici c`est un Posto Fiscal et non la maison de ta mère !
Malgré du teneur de ces mots, cela ,était une simple blague. Manecão c’est-qu’il voulait même était que son collègue a ;été acheter des cigarettes. Et Negão, avec les yeux irrités, en s’étirerant, il a pris de l’argent, a mis la chemise tout repiécer et il est sorti à en cherchant un commerce qui êtait ouvert. C’est pourquoi, il est allé tout de suite au bord de la route, où était la bordel, et les bistrots de Moisinho, Dasdores et Janico.
Quand Negão est sorti est apparu immédiatement les lumières d’un véhicule, qui a été garé à côté de la maison où fonctionait le bureau de Eustáquio Teles – que autrefois avait des bateaux des usines de benéficier de riz et une petite torréfaction. Comme toujours être prévoyant, Manecão a pris le révolver 38 , l`ai gardé et resté prendre soin de son travail. Il a penché en rebord de la maisonette, il y a épié pour découvrir qui conduire le camion. Après de l’ ouverture de celle-là autoroute les choses commence à chauffer s’i. Avec le grand flux d’étranger la petite ville a assisté à un grand spectacle de violence. Des vols, des assassinats et renversements passaient a faire partie de la routine de la population, qui était très calme.
Manecão a vu un homme, premirement mais il ne l’a pas reconnu parce que était sombre. Cet homme, dès que s’est rapproché du station-service , il était plein de fanfaron et d’orgueil, prêt à causer des probèmes.Il a crié :
- J’ai bu d’alcool par ailleurs et maintenant j’ai resoulu me baigner desabillé . J’écouté que tu es un bon homme, mais je suis venu ici vérifier.
Le lendemain, devant le commissaire, Manecão a raconté l’événement puis que le fanfaron est sorti du bain : « Son docteur commissaire, je suis un bon homme, père de famille, fonctionaire public et je vais lui dire une chose avec toute ma sincérité : je ne tolère pas l’impertinences ni démoralisations, de façon et qualité. C’est juste que à cet homme déclassé il avait se saoûler. Mais homme qu’est homme sait que le fait. Je suis fatigué d’avertir que ne se devoir pas l’importuner l’once avec bâton court Il est arrivé m’a dit beacoup de betises, m’appelant de mou, de malin et d’autes choses qui ne se parle pas à un homme marié, âgé. Dans ce momet je me deviens tout neuf et léger comme un garçon de dix-huit ans. Je crois encore que ce bandit a eu de la chance de j’ai eu la vontier de lui donner un tir bien au milieu de son visage. Seulement je n’ai lui pas tué parce que ne veux pas devoir une promesse à Saint Lázaro, protecteur des chiens. Fait attention, je vais parler ici pour vous : je suis capable de viser juste dans le chef d’allumette dans la distance de vingt ou trente mètre. Dans le moment que l’homme a aissayer de m’agresser avec une trique, j’ai regardé dans son poignet, seulement pour ne détériorer pas le reste de cuir. Ici dans la Baixada do Mearim, seulement mon ami Moisinho et moi que nous savons atirer de cette manière. Je vois mon ami faire une chose que j’ai pensé que seulement moi savais faire, c’est- à-direlancer un citron pour debout et couper la bestiole au milieu, à la balle".

BIBLIOGRAFIA

BARROS, Paulo Tarso. O benzedor de espingarda: contos. Impressão Editora Gráfica O Dia S.A, 1998.
FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).                                                           MASSAUD, Moisés. A análise literária. São Paulo, Cultrix, 15a ed. 2005.                                       MASSAUD, Moisés. Dicionário de termos literários. São Paulo, Cultrix, 4ª. ed., 1986.                          PAGANO, Adriana. Traduzir com autonomia: estratégias para tradutor em formação. 2a ed., São Paulo, Contexto, 2003.  

POEMA BOTO DE JOSÉ PASTANA


BOTO        

Original: José Queiroz Pastana     

Lá vem o boto,
Deslizando nas águas.
Nas noites de luar
Transforma-se em moço.

Para as festas vai,
De terno branco e chapéu.
Dançar e namorar
As garotas do baile.

Da noitada o curumim,
Vai embora o sonho.
Esquecer o acontecido,
Na vila o comentário.

Nas noites de banzé,
A comunidade se prepara,
Com muito alho no rio
E batidas de remo no mar.

DEAUPHIN D’AMAZONIE (Original: José Queiroz Pastana)
         
Tradução: Edna Bueno, Joana da Paz Silva,
Mackelle Araújo, Sillianne da Silva.

Voilà le Deauphin d’Amazonie
Glisseant dans l’eaux
Dans les nuits de la plaine lune
Se transfigure en garçon.

Aux fêtes il va
En costume blanch et  chapeau
Danser et galantiser
Les jeunes filles du bal.

La soirée le bambin,
Le rêve s’en va.
Oublier ce qui est arrivé,
Dans le villa le commentaire.

En  nuits de  ‘banzé³’
Dans la mer des battues de pagaie
Dans le fleuve beaucoup d’ail
Dans la mer des battues de pagaie.

_________________________
³ - fête populaire

ANÁLISE DO POEMA TEXTO ‘’BOTO’’

Neste poema texto “Boto”, de autoria do poeta José Pastana (2003) analisamos em sua essência, e não na forma. O poema “Boto” é composto de 16 versos, disposto em 4 estrofes.
Nota-se que o poeta fala a respeito do Boto, e suas peripécias, descrevendo uma das grandes lenda da Amazônia.
Nas duas primeiras estrofes o autor dispõe que o boto vai suavemente, aproveitando o mistério das noites enluarado para transformar-se em um ‘belo rapaz’ de terno e chapéu branco, para ir bailar e encantar as moças do baile.
Na terceira estrofe, notamos que o poeta refere-se à conseqüência do encantamento  das moças, que depois do mistério, o boto desaparece deixando um curumim, só resta esquecer e enfrentar os comentários.
Na quarta estrofe o poeta retrata a lenda quando fala “Nas noites de banzé, / A comunidade se prepara, / Com muito alho no rio / E batidas de remo no mar”, o poeta retrata a lenda com autonomia quando fala que moradores espalham alho e agitam o remo no mar, para espantar o boto.
Nesta obra o poeta José Pastana utilizou o esoterismo, o lirismo sensual, quanto referiu-se ao boto na segunda a estrofe.


BIBLIOGRAFIA

FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).
PASTANA, José Queiroz. Nos céus da vida. Editora Tarso - Macapá, 2003.
RIOS, Dermival Ribeiro. Mini dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo, DCL, 2005.
http://www.aquaforum.com.br/forum/viewtopic.php
http://www.necamachado.blogspot.com
http://www.salveamazonia.sites.uol.com.br/amazon
http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz27.htm

ÍNDIO BRASILEIRO - POEMA DE ARACY MONT’ALVERNE


ÍNDIO BRASILEIRO


Original: Aracy de Mont’alverne    

Bravo filho da terra brasileira.
Trazes no rubro sangue
A cor da brasa e a força da floresta.
Conheces o segredo do vento, das florestas,
Do sol, da lua, dos peixes e das águas;
A linguagem dos animais da selva
E, basta encostares o ouvido sobre o chão
Para escutares a voz da terra
Nos avisos secretos que virão.

És exímio nadador e pescador,
Manejas o arco e a flecha tão certeiros
Que desafias um franco atirador.
Tens no brilho do olhar
A certeza de que a terra onde vives,
Lutas e trabalhas;
Recebe o teu suor no dia a dia o ano inteiro,
Também é tua e tens todo direito sobre ela.
E se um dia o invasor tentar tomá-la
Ou dela se apoderar,
Escuta a voz da terra e entoa com clamor
O teu canto da terra


L’INDIEN BRESILIEN
Original: Aracy de Mont’Alverne
Tradução: Edna Bueno, Joana da Paz Silva, Mackelle Araújo, Sillianne da Silva.

Brave fils du  sol brésilien
Apportes en sang rouge
La couleur de braise et la force de la fôret.
Connaît le secret du vent, des fôrets,
Du soleil, de la lune, des poissons et des eaux,
Le langage des animaux de la fôret
Et, il faut mettre l’oreille sur le sol
Pour écouter la voix de la terre
Dans les annonces secrets qui viendront.

Tu es excelent nageur et pêcheur,
Manies l’arc et la flèche si précis
Qui défies un franc tireur.
Tu as dans l’éclat du regard
La certitude que la terre où tu vis,
Luttes et travailles,
Reçois ta sueur tous le joursPendant toute l’année
Elle t’appartient aussi
Et si un jour un envahisseur tenter de la pendre
Ou en pendre possession,
Ecoute la voix de la terre etChante avec clameur
Ton chant de la terre.


ANÁLISE DO POEMA TEXTO `ÍNDIO BRASILEIRO"


Neste poema “Índio brasileiro” de Aracy de Mont’Alverne, (1997) é composto de vinte e um versos, divididos em duas estrofes, a primeira se compõe de nove e a segunda de doze versos.
Na primeira estrofe observamos a exaltação que a poetisa faz ao índio brasileiro em relação a sua bravura, o conhecimento da natureza e os segredos da terra, e a linguagem dos animais “(...) /conheces o segredo dos ventos, das flores, do Sol, da Lua, dos peixes e das águas; /(...).”.
Na segunda estrofe, Aracy ressalta a destreza do índio no manejo do arco e flecha, a sua exímia capacidade de nadar e pescar “És exímio nadador e pescador, /manejas o arco e a flecha tão certeiros/ que desafias um franco atirador”.
Nos últimos nonos versos, a autora incita o índio a entoar seu canto de guerra caso algum invasor tente tomá-la, pois, o mesmo é o verdadeiro dono “(...)/escuta a voz da terra e entoa com clamor/o teu canto de guerra”. O poema é cheio de lirismo e ao mesmo tempo convoca o índio a lutar pelo o que é seu de direito. É, portanto, um tema que condiz com a atualidade em que vivem.


BIBLIOGRAFIA

FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).
MONT’ALVERNE, Aracy de Arquivo do Coração. Editora Tarso - Macapá,1997.
RIOS, Dermival Ribeiro. Mini dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo, DCL, 2005.
http://www.aquaforum.com.br/forum/viewtopic.php
http://www.necamachado.blogspot.com
http://www.salveamazonia.sites.uol.com.br/amazon
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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BIOGRAFIA E OBRA DE JOSÉ PASTANA



José Queiroz Pastana nasceu dia 27 de novembro de 1964, no distrito de Fazendinha, na cidade de Macapá / AP. Filho de Albertino Pastana e Maria de Nazaré Queiroz Pastana. Fez o curso primário na Escola José do Patrocínio, depois completou o 1º grau na Escola Dom Aristides Piróvano, o 2º grau na Escola Integrada de Macapá e o curso de Ciências Imobiliária no CETREDE-CE.
Lançou também as obras:  “No Meio do Mundo” (1997); “Acalantos Poéticos (1999) – primeiro CD de poesia no Estado do Amapá e a revista “Amapá Cultural” (2000), parceria com Ricardo Pontes, Sânzia Brito e Leão Zagury, José Pastana idealizou também, com Ricardo Pontes e Leão Zagury, vários projetos culturais: Projeto Raízes, Festival Amapaense de Poesia, Documentário sobre a Literatura Amapaense -  Amazon Sat, Galeria de Artes Literária, Encontro de Escritores da Região Norte, poesia em CD, exposição itinerante, intercambio com outros estados e países, palestras, simpósio e fundou algumas entidades culturais: clube dos Poetas, Sindicato dos Escritores e Cooperativa de Arte Literária – UNARTE.
Participou da Semana Cultural na Guiana Francesa – Caena (2000) e foi um dos organizadores do II Femac e jurado no III Femac e II Fejoca. Recebeu condecorações pelos inúmeros projetos e eventos culturais realizados no Estado, entre eles: Título Honorífico e Votos de Congratulações (Câmara de Vereadores) e Prêmio Destaque de 1996 (Fundecap).

MURURÉ                                                                 
José Queiroz Pastana

Mururé na preamar,
Sorridente como a flor.
Na vazante do rio,
Vai como o beija-flor.

Nos igarapés e lagos,
Prolifera rapidamente.
Dominante nas águas,
Navega em noite branda.

Verdejante calmaria,
Jazer serena no mar.
Na calada da noite,
Desabrocham as flores.

Mururé flutuante,
Nos igarapés e lagos.
Esparramam as cores,
Do arco-íris no mar.

MURURÉ (Original: José Queiroz Pastana)                                                                

Tradução: Edna Bueno, Joana da Paz Silva,
Mackelle Araújo, Sillianne da Silva.

Mururé en haute marée,
Souriant comme la fleur.
Dans la basse marée du fleuve,
Il va comme le colibri.

Dans les ‘igarapés²’ et lacs,
Proliféra rapidement.
Dominant dans les eaux,
Navigue dans la nuit souple.

Verdoyante bonace,
Gésir sereine dans la mer.
Dans le silence de la nuit,
Èclorent les fleurs.

Flottant Mururé,
Dans les ‘igarapés’ et lacs.
De  l’arc-en-ciel dans la mer
éparpillent les couleurs.

² - bra de rivièr

ANÁLISE DO POEMA TEXTO “MURURÉ”

Baseado nos estudos de Massaud Moisés (2005) para fazer análise de um texto poético, a poesia será entendida como expressão do ‘eu’ por meio de metáforas, posto que a mesma é polivalente por natureza. Nesse sentido, buscamos realizar uma análise do poema texto “Mururé”, de autoria do poeta José Pastana (2003) em sua essência, e não na forma.
O poema “Mururé” é composto de 16 versos, disposto em 4 estrofes. Observamos que nesta obra o poeta retratou a beleza da natureza regional.
Na primeira estrofe observamos que o poeta fala do mururé como se este estivesse bailando sensualmente na preamar (maré alta) feliz como um beija-flor.
Na segunda estrofe o autor descreve sua predominância nos lagos e rios da região, onde viajar calmamente nas noites, como se estivesse passeando com o fenômeno da natureza da encher e vazar das águas.
Na terceira estrofe quando o poeta fala “Verdejante calmaria / Jazer serena no mar / (...) / Desabrocham as flores”, é como se estivesse numa maternidade dando a luz, no silêncio profundo da noite.
Na quarta estrofe é transformado na mais linda visão da natureza misturando o verde de suas cores, com as cores de suas flores, como se fossem um arco-íris.
O poeta José Pastana em toda a sua obra utilizou: metáforas, linguagem bucólica, o lirismo sensual, a nostalgia, o sentimento e o esoterismo que a própria natureza proporcionou.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA


FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12)..
PASTANA, José Queiroz. Nos céus da vida. Editora Tarso - Macapá, 2003.
RIOS, Dermival Ribeiro. Mini dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo, DCL, 2005.
http://www.aquaforum.com.br/forum/viewtopic.php
http://www.necamachado.blogspot.com
http://www.salveamazonia.sites.uol.com.br/amazon
http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz27.html

BIOGRAFIA E OBRA DE PAULO TARSO


Paulo Tarso Silva Barros é natural de Vitória do Mearim - MA, onde nasceu a 29 de agosto de 1961. Filho de Euzemar dos Santos Barros (Bazinho) e Miriam Bogéa e Silva. Têm ancestrais árabes e portugueses (famílias Bogéa, Marinho, Barros). Aos treze anos começou a escrever. Publicou poemas em jornais, criou grupo de teatro, escreveu e dirigiu peças, produziu literatura de cordel e panfletos, divertiu-se como locutor e trabalhou em campanhas políticas. Em 1979 deixou o colégio onde fazia o curso de habilitação para o magistério, viajou para o Amapá e trabalhou em uma loja do seu irmão. Estudou no Colégio Amapaense e, em 1982, empregou-se numa empreiteira, onde permaneceu até 1988, quando pediu demissão. Nessa época, já casado, viajou para a terra natal, reencontrou vários amigos de infância (todos na militância política, sob a liderança de Washington Cantahêde), engajou-se novamente numa campanha eleitoral, fundou um jornalzinho e ficou bastante feliz com o nascimento de Ingrid Tarsinalva, sua primeira filha. Em 1990 retornou a Macapá, ingressou novamente na mesma empreiteira. Dois anos depois foi sumariamente demitido por participar de movimento sindical. Conseguiu ser aprovado no primeiro vestibular da UNIFAP. Em 1995 nasceu Ádila Caroline, a segunda filha. Nesse mesmo ano concluiu o curso de Licenciatura Plena em Letras e foi escolhido para dar nome a essa primeira turma em solenidade realizada no Teatro das Bacabeiras. Paulo Tarso Barros é membro da UBE - União Brasileira de Escritores, da Associação Amapaense de Escritores e da Academia Arariense-Vitoriense de Letras e já participou como membro titular do Conselho Estadual de Cultura do Amapá, foi assessor de juventude e faz parte do júri nacional do Prêmio Multicultural O Estadão, de São Paulo. Também participou do Projeto Rumos Itaú Cultural 2004 em Macapá. Muitos trabalhos seus já receberam premiação e reconhecimento, tanto por parte da crítica como de professores. Os contos O Benzedor de Espingarda, A Usina e O Guarda Municipal e a Prisão de Feição de Onça foram escolhidos por várias vezes como leitura dos vestibulares da UNIFAP e de outras universidades. O Benzedor também foi adaptado para o teatro. Freqüentemente seus textos são publicados nos jornais de Macapá, onde ele sempre faz questão de divulgar os escritores da terra.

A TURMA DO NÓ- CEGO (Original: Paulo Tarso)

Devido a um longo aprendizado noturno, consolidado durante anos e anos. Manecão adquiriu o hábito de percorrer as ruas durante as noites de folga, sozinho ou servindo como segurança aos prefeitos e coletores, quando estes resolviam farrear e esbanjar as verbas e recolhimentos de impostos.
Nessas noitadas de bebedeiras e putarias acontecia de tudo: discussões, adultérios, tiroteios e confusões. No tempo em que Crisdumar era o prefeito, por exemplo, foi instituída a famigerada turma do nó-cego, composta pelos elementos mais valentões do lugar, como os irmãos Baldino e Mao-de-Paca, Diomar, Bidicao, canhoto, Zequinha Matos e, evidentemente, Manecão. Armados e protegidos pelos poderes, aprontavam as maiores presepadas nas festas, bares e principalmente nos cabarés ordinários da beirada estrada, onde protagonizavam sempre todas as safadezas. Batiam nas putas, punham a correr os frequentadores mais comportados e promoviam memoráveis strip-teases. No auge dos espetáculos faziam as moças fugirem do recinto e desfilarem pelas redondezas, escandalizando as famílias que tinham a infelicidade de morar perto daqueles bordéis.
Nas festas realizadas nos povoados é que de fato eles conturbavam e balançavam o coreto. Quando a bebida começava a exaltá-los, ficavam com o diabo no couro. Obragavam os músicos ou discotecários a tocar uma única música, que se repetia até quando bem entendiam, quebravam os instrumentos e aparelhagens de som; ateavam fogo nas casinhas de palha; promoviam, de bom grado, verdadeiros tiroteios com outros arruaceiros. Esses fatos são divulgados pelo povo até nos dias de hoje.
E Manecão, incentivado pelos maiorais, sempre acostumado com aqueles hábitos, convivendo com aquela gente, foi apenas uma vítima dos poderosos de mentes deturpadas. Por ser participante daquela turma, traz consigo as histórias de valentia como se fossem as coisas mais importantes de sua existência, verdadeiros atos de heroísmo que ele se orgulha de relatar. No fundo, não podemos negar que há muito de pitoresco em tudo isso. E é com sincero entusiasmo que Manecão relembra os bons tempos, onde fatos realmente esdrúxulos e perigosos aconteciam nas noites agitadas. Por isso ele comenta, com certa tristeza, a sonolência da juventude atual: “essa rapaziada de hoje em dia não vale nada, dorme muito e não é de briga. No meu tempo, sim, tinha briga medonha, confusão dos diabos que essa turma nem imagina. A gente fazia coisas de cinema, de artista. Duvido que hoje em dia tenha aqui em Vitória do Mearim um cabra nojento que nem eu quando tinha vinte anos.”

LE GROUPE DU NOEUD-AVEUGLE (Original : Paulo Tarso)
Tradução : Joana da Paz
Revisão: Professora especialista Rosilene Ferreira de Souza

À partir d’un apprentissage nocturne, consolidé pendant années et années. Manecão de faire et a acqueru l’habitude de parcourir les rues pendant les nuits qu’il été en congé, seul ou de servicée comme sécurité les maire et ramassage, quand c’est résolvaient faire gaspellier l’argent et recueillement des impôrt.
Dans ces nuits l’ivresse et des putains il y avait des diverses choses : des discours, des adultières, des fusillades et des confusions. Dans c’est époque Crisdumar ére le maire, par exemple, se crée la classe de nó-cego, être composé par éléments plus courageux de lieu, comme les frères Baldino e Mão-de-Paca, Diomar, Bidicão, Canhoto, Zequinha de Matos et evidemment le Manecão. Les armés et les protegés par les pouvoirs, ils ont fait chahut les fêtes, les bares et principalement dans les cabarés ordinaires au bord du chamin, oú ils ont fait toutes les congres. Ils sont battu les putains, leur posé pour courir les clients plus calmes et ils ont fait strip-teases. L` apogée des spectacles ils ont fait les jeunes fuirent du lieu et défilèrent par la rondeurs, qui choqué les famille qui habités près de les maisons de prostitutions.
Dans les fêtes réalisées dans les villages est qui perturbait la poulation et qu`ils faisaient des désordres. Quand la boisson commecait les énervé, ils étaient avec le diable dans le cuir. Ils ont obligé les musiciens ou les disc-jóqueis la jouer une musique plusieurs fois, jusque quand’ils bien entendu ; ils ont cassé les instruments et les chaînes de son ; `prenaient de feu dans l des petites maisons de paille ; ils ont promouvaient, de bien plaire, vrai fusillade avec outres chahuteurs. Ces faits sont dilvulgués par le peuple jusqu’à dans nos jours.
Et Manecão, encouragé par les grands, toujours habitué avec ceux là, en vivant avec ces gens, il , etait qu’une victime des puissants d’esprit très mauvais. Pour être participant du groupe, a avec lui des histoires de bagarre comme si était des choses les plus importantes de son existence, vrais actes de heroisme qu’il a orgueil fier de raconter. Nous ne nous pou vons pas nier qu’ il existe beaucoup de pittoresque sur tout ça. C’est avec sincère enthousiasme que Manecão se souvient des bons temps, où les faits réellement bizarres et dangereux ont eu lieu dans les nuits agitées. Voilà pourquoi est qu`il commente avec des grandes tristesse, la somnolence de la jeunesse actuelle : « ces jeunes d`aujourd’hui ne sait rien, dort beaucoup et n`est pas de lute. Dans mon époque il y avait des horribles bagarres, des confusion des diables que ce groupe n`imagine pas. On faisait des choses de cinéma, d` artiste. Jài des que dans nos jours il y a dans la ville de Vitória do Mearim un garçon répugnant comme moi quand j’avait quelques vingtaines. »

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA    
 
FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – (Criação e crítica; V, 12).
BARROS, Paulo Tarso. O benzedor de espingarda: contos. Editora Gráfica O Dia S.A. 1998.
BARROS, Paulo Tarso. Biografia do autor. Disponível em: http://paulo.tarso.blog.uol.com.br
Acessado em: 06/12/2009.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

BIOGRAFIA E OBRA DE ARACY MONT'ALVERNE

Professora: Dalvaci Martins
Disciplina: Prática da Tradução I
Acadêmicas: Edna Bueno, Joana da Paz, Mackelle Araújo, Silliane da Silva

Felicidade
Feliz idade
Fel e cidade
Feliz cidade
De Macapá
Joseli Dias

Aracy Mont’Alverne nasceu dia 13 de fevereiro de 1913, no municio de Colares, Estado do Pará. Formou-se professora normalista no Instituto de Educação de Belém, em 1933.
Em 1942, já casada com José Jucá de Mont’Alverne, foi convidada pelo governador Janary Nunes para trabalhar em Macapá, onde exerceu o magistério até o ano de 1969, quando se aposentou.
Foi a primeira mulher a exercer o cargo de Secretária de Educação do antigo Território. Também exerceu cargos importantes na Delegacia do MEC, como coordenadora regional da merenda escolar e representante da FAE.
Em 1986 o Governo do Amapá publicou seu primeiro livro de poemas, Luzes da Madrugada. Em 1995 a professora Aracy ingressou na Associação Amapaense – APES e recebeu uma homenagem especial da primeira turma do curso de Letras da UNIFAP.
Seu belo poema Passeio pelos Ministérios da Amazônia foi leitura obrigatória de vestibular. O reconhecimento de sua obra por parte dos leitores faz do seu nome um dos mais importantes da classe literária amapaense.







Senzala
Aracy Mont’Alverne

Que vozes estranhas
Que estranhos cantares,
Cantigas dolentes
Mostrando sofrer!
São mãos que trabalham,
São braços que lutam
E não tem abraços na rude labuta
Para oferecer!
Que estranhos gemidos,
Suspiros profundos
Demonstram pesares
Que inspiram saudades
De longe, de alguém...
Ou mesmo um sorriso
Que ficou distante
Através dos mares
De além... muito além...

Que vozes estranhas,
Que estranhos soluços na escura senzala!
É voz do chicote,
Do açoite cruel,
Marcando na pele de ébano puro
O sulco profundo no escravo fiel,
Que estampa no rosto,
Sereno e sofrido,
A marca da lágrima
Que há muito secou!
E no olhar voltado para a imensidão
Espera a certeza que o céu confirmou
Aurora feliz da libertação !

Senzala¹ (L’habitation des esclaves)
Original: Aracy de Mont’Alverne
Tradução: Edna Bueno, Joana da Paz Silva, Mackelle Araújo, Sillianne da Silva.

Quelles voix étranges
Quels étranges chants,
Chansons dolentes
Montrant souffrir !
Ce sont des mains qui travaillent,
Ce sont des bras qui luttent
Et n’a pas d’embrassements dans le rude travail
Pour offrir !
Quels étranges gemissements,
Soupirs profonds
Démonstrent pesers
Qui inspirent nostalgies
De loin, de quelqu’un...
Ou même un sourire
Qui a resté éloigné
A travers des mers
Au dèla... trop au dèla...

Quelles voix étranges,
Quels étranges sanglots dans la ‘senzala’ obscures !
C’est la voix du fouet,
Du fouet cruel,
Marquant dans la peau d’ebéne pur
Le sillon profond dans l’eclave fidèle,
Quelle estampe sur le visage,
Serein et enduré,
La marque de la larme,
Laquelle y a longtemps séchée !
Et dans le regard tourné vers l’immensité
Attend la certitude que le ciel a confirmée
L’aurore heureuse de la liberté !


ANÁLISE DO POEMA TEXTO SENZALA

De acordo com os estudos de Massaud Moisés (2005) um poema texto deve ser analisado em sua essência, na busca do “eu” por meio de metáforas.
O poema “Senzala” de Aracy de Mont’Alverne, (1997), é composto de trinta versos dividido em duas estrofes, sendo que a primeira está disposta em dezessete versos e a segunda em treze. Vemos que nesta obra Aracy, relata com grande destreza e realidade o triste cantar dos escravos que são obrigados a trabalhar sem cessar e sem agradecimento como podemos observar nos versos: Que vozes estranhas/ Que estranhos cantares, / Cantigas dolentes/ Mostrando sofrer! / São mãos que trabalham, / São braços que lutam/ E não tem abraços na rude labuta/ Para oferecer!.
Nestas cantigas os escravos lamentam a distancia de sua terra natal e até mesmo dos que lá ficaram como estão explícitos neste trecho: Que estranhos gemidos,/Suspiros profundos/Demonstram pesares/(...)/De além... muito além.... Vemos ainda que são maltratados pelo seu senhor, mas que, apesar do sofrimento, esperam serenamente pela liberdade que viria mais tarde, como: (...)/E no olhar voltado para a imensidão/espera a certeza que o céu confirmou/a aurora da libertação. A poetisa nos remete ao tempo da escravidão, é como se vivenciássemos os sofrimentos e as angústias desse povo tão sofrido.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).
MONT’ALVERNE, Aracy de Arquivo do Coração. Editora Tarso - Macapá,1997.
RIOS, Dermival Ribeiro. Mini dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo, DCL, 2005.
www.aquaforum.com.br/forum/viewtopic.php
http://www.necamachado.blogspot.com
salveamazonia.sites.uol.com.br/amazon
www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz27.htm