Livros de Literatura e História do Amapá

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ÍNDIO BRASILEIRO - POEMA DE ARACY MONT’ALVERNE


ÍNDIO BRASILEIRO


Original: Aracy de Mont’alverne    

Bravo filho da terra brasileira.
Trazes no rubro sangue
A cor da brasa e a força da floresta.
Conheces o segredo do vento, das florestas,
Do sol, da lua, dos peixes e das águas;
A linguagem dos animais da selva
E, basta encostares o ouvido sobre o chão
Para escutares a voz da terra
Nos avisos secretos que virão.

És exímio nadador e pescador,
Manejas o arco e a flecha tão certeiros
Que desafias um franco atirador.
Tens no brilho do olhar
A certeza de que a terra onde vives,
Lutas e trabalhas;
Recebe o teu suor no dia a dia o ano inteiro,
Também é tua e tens todo direito sobre ela.
E se um dia o invasor tentar tomá-la
Ou dela se apoderar,
Escuta a voz da terra e entoa com clamor
O teu canto da terra


L’INDIEN BRESILIEN
Original: Aracy de Mont’Alverne
Tradução: Edna Bueno, Joana da Paz Silva, Mackelle Araújo, Sillianne da Silva.

Brave fils du  sol brésilien
Apportes en sang rouge
La couleur de braise et la force de la fôret.
Connaît le secret du vent, des fôrets,
Du soleil, de la lune, des poissons et des eaux,
Le langage des animaux de la fôret
Et, il faut mettre l’oreille sur le sol
Pour écouter la voix de la terre
Dans les annonces secrets qui viendront.

Tu es excelent nageur et pêcheur,
Manies l’arc et la flèche si précis
Qui défies un franc tireur.
Tu as dans l’éclat du regard
La certitude que la terre où tu vis,
Luttes et travailles,
Reçois ta sueur tous le joursPendant toute l’année
Elle t’appartient aussi
Et si un jour un envahisseur tenter de la pendre
Ou en pendre possession,
Ecoute la voix de la terre etChante avec clameur
Ton chant de la terre.


ANÁLISE DO POEMA TEXTO `ÍNDIO BRASILEIRO"


Neste poema “Índio brasileiro” de Aracy de Mont’Alverne, (1997) é composto de vinte e um versos, divididos em duas estrofes, a primeira se compõe de nove e a segunda de doze versos.
Na primeira estrofe observamos a exaltação que a poetisa faz ao índio brasileiro em relação a sua bravura, o conhecimento da natureza e os segredos da terra, e a linguagem dos animais “(...) /conheces o segredo dos ventos, das flores, do Sol, da Lua, dos peixes e das águas; /(...).”.
Na segunda estrofe, Aracy ressalta a destreza do índio no manejo do arco e flecha, a sua exímia capacidade de nadar e pescar “És exímio nadador e pescador, /manejas o arco e a flecha tão certeiros/ que desafias um franco atirador”.
Nos últimos nonos versos, a autora incita o índio a entoar seu canto de guerra caso algum invasor tente tomá-la, pois, o mesmo é o verdadeiro dono “(...)/escuta a voz da terra e entoa com clamor/o teu canto de guerra”. O poema é cheio de lirismo e ao mesmo tempo convoca o índio a lutar pelo o que é seu de direito. É, portanto, um tema que condiz com a atualidade em que vivem.


BIBLIOGRAFIA

FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).
MONT’ALVERNE, Aracy de Arquivo do Coração. Editora Tarso - Macapá,1997.
RIOS, Dermival Ribeiro. Mini dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo, DCL, 2005.
http://www.aquaforum.com.br/forum/viewtopic.php
http://www.necamachado.blogspot.com
http://www.salveamazonia.sites.uol.com.br/amazon
http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz27.htm

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