Livros de Literatura e História do Amapá

Livros de Literatura e História do Amapá
O Benzedor de Espingarda: Paulo Tarso, Nos Céus da Vida: José Pastana, CD Acalantos Poéticos: Pastana e outros poetas, Coletânea (poetas, contistas e cronistas do Meio do Mundo): Org. Manoel Bispo, A Cultura do Amapá em fotografias: Augusto Oliveira versão em Francês Katiúscia Fernades, Amapá: vivendo a nossa história - Maria Emília Brito Rodrigues e Marcelo André Soares

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BIOGRAFIA E OBRA DE PAULO TARSO


Paulo Tarso Silva Barros é natural de Vitória do Mearim - MA, onde nasceu a 29 de agosto de 1961. Filho de Euzemar dos Santos Barros (Bazinho) e Miriam Bogéa e Silva. Têm ancestrais árabes e portugueses (famílias Bogéa, Marinho, Barros). Aos treze anos começou a escrever. Publicou poemas em jornais, criou grupo de teatro, escreveu e dirigiu peças, produziu literatura de cordel e panfletos, divertiu-se como locutor e trabalhou em campanhas políticas. Em 1979 deixou o colégio onde fazia o curso de habilitação para o magistério, viajou para o Amapá e trabalhou em uma loja do seu irmão. Estudou no Colégio Amapaense e, em 1982, empregou-se numa empreiteira, onde permaneceu até 1988, quando pediu demissão. Nessa época, já casado, viajou para a terra natal, reencontrou vários amigos de infância (todos na militância política, sob a liderança de Washington Cantahêde), engajou-se novamente numa campanha eleitoral, fundou um jornalzinho e ficou bastante feliz com o nascimento de Ingrid Tarsinalva, sua primeira filha. Em 1990 retornou a Macapá, ingressou novamente na mesma empreiteira. Dois anos depois foi sumariamente demitido por participar de movimento sindical. Conseguiu ser aprovado no primeiro vestibular da UNIFAP. Em 1995 nasceu Ádila Caroline, a segunda filha. Nesse mesmo ano concluiu o curso de Licenciatura Plena em Letras e foi escolhido para dar nome a essa primeira turma em solenidade realizada no Teatro das Bacabeiras. Paulo Tarso Barros é membro da UBE - União Brasileira de Escritores, da Associação Amapaense de Escritores e da Academia Arariense-Vitoriense de Letras e já participou como membro titular do Conselho Estadual de Cultura do Amapá, foi assessor de juventude e faz parte do júri nacional do Prêmio Multicultural O Estadão, de São Paulo. Também participou do Projeto Rumos Itaú Cultural 2004 em Macapá. Muitos trabalhos seus já receberam premiação e reconhecimento, tanto por parte da crítica como de professores. Os contos O Benzedor de Espingarda, A Usina e O Guarda Municipal e a Prisão de Feição de Onça foram escolhidos por várias vezes como leitura dos vestibulares da UNIFAP e de outras universidades. O Benzedor também foi adaptado para o teatro. Freqüentemente seus textos são publicados nos jornais de Macapá, onde ele sempre faz questão de divulgar os escritores da terra.

A TURMA DO NÓ- CEGO (Original: Paulo Tarso)

Devido a um longo aprendizado noturno, consolidado durante anos e anos. Manecão adquiriu o hábito de percorrer as ruas durante as noites de folga, sozinho ou servindo como segurança aos prefeitos e coletores, quando estes resolviam farrear e esbanjar as verbas e recolhimentos de impostos.
Nessas noitadas de bebedeiras e putarias acontecia de tudo: discussões, adultérios, tiroteios e confusões. No tempo em que Crisdumar era o prefeito, por exemplo, foi instituída a famigerada turma do nó-cego, composta pelos elementos mais valentões do lugar, como os irmãos Baldino e Mao-de-Paca, Diomar, Bidicao, canhoto, Zequinha Matos e, evidentemente, Manecão. Armados e protegidos pelos poderes, aprontavam as maiores presepadas nas festas, bares e principalmente nos cabarés ordinários da beirada estrada, onde protagonizavam sempre todas as safadezas. Batiam nas putas, punham a correr os frequentadores mais comportados e promoviam memoráveis strip-teases. No auge dos espetáculos faziam as moças fugirem do recinto e desfilarem pelas redondezas, escandalizando as famílias que tinham a infelicidade de morar perto daqueles bordéis.
Nas festas realizadas nos povoados é que de fato eles conturbavam e balançavam o coreto. Quando a bebida começava a exaltá-los, ficavam com o diabo no couro. Obragavam os músicos ou discotecários a tocar uma única música, que se repetia até quando bem entendiam, quebravam os instrumentos e aparelhagens de som; ateavam fogo nas casinhas de palha; promoviam, de bom grado, verdadeiros tiroteios com outros arruaceiros. Esses fatos são divulgados pelo povo até nos dias de hoje.
E Manecão, incentivado pelos maiorais, sempre acostumado com aqueles hábitos, convivendo com aquela gente, foi apenas uma vítima dos poderosos de mentes deturpadas. Por ser participante daquela turma, traz consigo as histórias de valentia como se fossem as coisas mais importantes de sua existência, verdadeiros atos de heroísmo que ele se orgulha de relatar. No fundo, não podemos negar que há muito de pitoresco em tudo isso. E é com sincero entusiasmo que Manecão relembra os bons tempos, onde fatos realmente esdrúxulos e perigosos aconteciam nas noites agitadas. Por isso ele comenta, com certa tristeza, a sonolência da juventude atual: “essa rapaziada de hoje em dia não vale nada, dorme muito e não é de briga. No meu tempo, sim, tinha briga medonha, confusão dos diabos que essa turma nem imagina. A gente fazia coisas de cinema, de artista. Duvido que hoje em dia tenha aqui em Vitória do Mearim um cabra nojento que nem eu quando tinha vinte anos.”

LE GROUPE DU NOEUD-AVEUGLE (Original : Paulo Tarso)
Tradução : Joana da Paz
Revisão: Professora especialista Rosilene Ferreira de Souza

À partir d’un apprentissage nocturne, consolidé pendant années et années. Manecão de faire et a acqueru l’habitude de parcourir les rues pendant les nuits qu’il été en congé, seul ou de servicée comme sécurité les maire et ramassage, quand c’est résolvaient faire gaspellier l’argent et recueillement des impôrt.
Dans ces nuits l’ivresse et des putains il y avait des diverses choses : des discours, des adultières, des fusillades et des confusions. Dans c’est époque Crisdumar ére le maire, par exemple, se crée la classe de nó-cego, être composé par éléments plus courageux de lieu, comme les frères Baldino e Mão-de-Paca, Diomar, Bidicão, Canhoto, Zequinha de Matos et evidemment le Manecão. Les armés et les protegés par les pouvoirs, ils ont fait chahut les fêtes, les bares et principalement dans les cabarés ordinaires au bord du chamin, oú ils ont fait toutes les congres. Ils sont battu les putains, leur posé pour courir les clients plus calmes et ils ont fait strip-teases. L` apogée des spectacles ils ont fait les jeunes fuirent du lieu et défilèrent par la rondeurs, qui choqué les famille qui habités près de les maisons de prostitutions.
Dans les fêtes réalisées dans les villages est qui perturbait la poulation et qu`ils faisaient des désordres. Quand la boisson commecait les énervé, ils étaient avec le diable dans le cuir. Ils ont obligé les musiciens ou les disc-jóqueis la jouer une musique plusieurs fois, jusque quand’ils bien entendu ; ils ont cassé les instruments et les chaînes de son ; `prenaient de feu dans l des petites maisons de paille ; ils ont promouvaient, de bien plaire, vrai fusillade avec outres chahuteurs. Ces faits sont dilvulgués par le peuple jusqu’à dans nos jours.
Et Manecão, encouragé par les grands, toujours habitué avec ceux là, en vivant avec ces gens, il , etait qu’une victime des puissants d’esprit très mauvais. Pour être participant du groupe, a avec lui des histoires de bagarre comme si était des choses les plus importantes de son existence, vrais actes de heroisme qu’il a orgueil fier de raconter. Nous ne nous pou vons pas nier qu’ il existe beaucoup de pittoresque sur tout ça. C’est avec sincère enthousiasme que Manecão se souvient des bons temps, où les faits réellement bizarres et dangereux ont eu lieu dans les nuits agitées. Voilà pourquoi est qu`il commente avec des grandes tristesse, la somnolence de la jeunesse actuelle : « ces jeunes d`aujourd’hui ne sait rien, dort beaucoup et n`est pas de lute. Dans mon époque il y avait des horribles bagarres, des confusion des diables que ce groupe n`imagine pas. On faisait des choses de cinéma, d` artiste. Jài des que dans nos jours il y a dans la ville de Vitória do Mearim un garçon répugnant comme moi quand j’avait quelques vingtaines. »

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA    
 
FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – (Criação e crítica; V, 12).
BARROS, Paulo Tarso. O benzedor de espingarda: contos. Editora Gráfica O Dia S.A. 1998.
BARROS, Paulo Tarso. Biografia do autor. Disponível em: http://paulo.tarso.blog.uol.com.br
Acessado em: 06/12/2009.

Um comentário:

Gilberto Sarmento disse...

OI PAULO TARSO EU SOU SEU CONTERRANEO FIQUEI FELIZ EM SABER QUE NA MINHA TERRA NATAL TEM ALGUEM TÃO IMPORTANTE COMO VOCE PARABENS PELO SEU TRABALHO QUE CONTA PARTE DA HISTORIA DA NOSSA GENTE VALORIZANDO ASSIM A NOSSA TERRA QUERIDA; DESEJO A VOCE TODO SUCESSO DO MUNDO ASSINA GILBERTO SARMENTO SAÕ PAULO 12 DE SETEMBRO 2010