Livros de Literatura e História do Amapá

Livros de Literatura e História do Amapá
O Benzedor de Espingarda: Paulo Tarso, Nos Céus da Vida: José Pastana, CD Acalantos Poéticos: Pastana e outros poetas, Coletânea (poetas, contistas e cronistas do Meio do Mundo): Org. Manoel Bispo, A Cultura do Amapá em fotografias: Augusto Oliveira versão em Francês Katiúscia Fernades, Amapá: vivendo a nossa história - Maria Emília Brito Rodrigues e Marcelo André Soares

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NA MUNHECA CONTO DE PAULO TARSO

NA MUNHECA

Original: Paulo Tarso

Negão roncava que fazia medo naquele princípio de madrugada. Com uma violenta bordoada em cima da mesa onde o parceiro recostava o rosto. Manecão acorda-o e pobre coitado quase vai ao chão por causa do susto:
Apesar do teor dessas palavras, aquilo era uma simples brincadeira. O que Manecão queria mesmo era que o seu colega fosse comprar cigarros. E Negão, com os olhos ardidos, espreguiçando-se, pegou o dinheiro, vestiu a camisa toda remendada e saiu em busca de um comércio que estivesse aberto. Por isso, ele encaminhou-se logo para a beira da estrada, onde ficava a zona e os botecos de Moisinho, Dasdores e Janico.
Foi só Negão sair para que surgisse imediatamente as luzes de um veículo, que estacionou ao lado da casa onde funcionava o escritório de Eustáquio Teles – que antigamente possuía lanchas, usina de beneficiamento de arroz e uma pequena torrefação. Sempre prevenido, Manecão pegou o 38, guardou-o e ficou cuidando dos afazeres. Debruçando-se no parapeito da casinha, espreitou para descobrir quem estaria dirigindo o caminhão. Depois da abertura daquela rodovia as coisas começaram a esquentar. Com o grande fluxo de forasteiros a pequena cidade assistiu a um inusitado aumento da violência. Roubos, assassinatos e atropelamentos passaram a fazer parte da rotina da população, outrora tão sossegada.
Manecão avistou um homem, que a princípio não deu para reconhecer por causa da pouca iluminação. O tal sujeito, logo que se aproximou do Posto, mostrou-se cheio de valentia e arrogância, disposto a arrumar encrenca. E esbravejou:
- Eu andei tomando umas biritas por aí e agora resolvi tomar banho peladinho da silva. Ouvi dizer que você é um cabra bom de gente, mas vim aqui conferir.
No outro dia, na presença do delegado, Manecão contou o que ocorrera depois que o valentão saíra do banho: “Seu doutor delegado, sou um homem de bem, pai de família, funcionário do Estado e vou lhe dizer uma coisa com toda minha sinceridade: não tolero desaforos nem desmoralizações, de jeito e qualidade. Tá certo que aquele cabra-de-peia tivesse tomado umas e outras. Mas homem que é homem sabe o que faz. Eu tô cansado de avisar que não se cutuca a onça com vara curta. Onde já se viu um desrespeito tão grande? Ele chegou me azucrinando, me chamando de frouxo, de covarde e de outras mais... coisas que não se diz a homem casado, de idade. Nessas horas eu fico novinho e ligeiro que nem um rapaz de dezoito anos. Eu ainda acho que o safado teve muita sorte de eu não ter dado um tiro bem no meio da cara dele. Só não atirei pra matar porque não quero ficar devendo promessa a São Lázaro, protetor dos cachorros. Olha, vou dizer uma coisa aqui pra vocês: distância de vinte ou trinta metros sou capaz de acertar na cabeça de um palito de fósforo. Na hora que o sujeito tentou me agredir com um pedaço de pau, mirei na munheca, só pra não estragar o resto do couro. Aqui nesta Baixada do Mearim, só eu e meu compadre Moisinho sabemos atirar desse jeito. Já vi meu compadre fazer uma coisa que eu pensei que só eu fazia, ou seja, jogar um limão pro alto e cortar o bicho no meio, à bala.”

DANS LE POIGNET

Tradução: Joana da Paz Silva
Revisão: Professora especialista Rosilene Ferreira de Souza

Negão ronflait qu’il faisait la peur dans lequel débout de l` aube. Avec une violente tapé du poing sur la table où le partenaire appuyer le visage. Manecão le réveille et le pauvre malheureux qui est presque a tomber par terre à cause d’avoir peur :
- Tu ne dort pas, noir têtu! Ici c`est un Posto Fiscal et non la maison de ta mère !
Malgré du teneur de ces mots, cela ,était une simple blague. Manecão c’est-qu’il voulait même était que son collègue a ;été acheter des cigarettes. Et Negão, avec les yeux irrités, en s’étirerant, il a pris de l’argent, a mis la chemise tout repiécer et il est sorti à en cherchant un commerce qui êtait ouvert. C’est pourquoi, il est allé tout de suite au bord de la route, où était la bordel, et les bistrots de Moisinho, Dasdores et Janico.
Quand Negão est sorti est apparu immédiatement les lumières d’un véhicule, qui a été garé à côté de la maison où fonctionait le bureau de Eustáquio Teles – que autrefois avait des bateaux des usines de benéficier de riz et une petite torréfaction. Comme toujours être prévoyant, Manecão a pris le révolver 38 , l`ai gardé et resté prendre soin de son travail. Il a penché en rebord de la maisonette, il y a épié pour découvrir qui conduire le camion. Après de l’ ouverture de celle-là autoroute les choses commence à chauffer s’i. Avec le grand flux d’étranger la petite ville a assisté à un grand spectacle de violence. Des vols, des assassinats et renversements passaient a faire partie de la routine de la population, qui était très calme.
Manecão a vu un homme, premirement mais il ne l’a pas reconnu parce que était sombre. Cet homme, dès que s’est rapproché du station-service , il était plein de fanfaron et d’orgueil, prêt à causer des probèmes.Il a crié :
- J’ai bu d’alcool par ailleurs et maintenant j’ai resoulu me baigner desabillé . J’écouté que tu es un bon homme, mais je suis venu ici vérifier.
Le lendemain, devant le commissaire, Manecão a raconté l’événement puis que le fanfaron est sorti du bain : « Son docteur commissaire, je suis un bon homme, père de famille, fonctionaire public et je vais lui dire une chose avec toute ma sincérité : je ne tolère pas l’impertinences ni démoralisations, de façon et qualité. C’est juste que à cet homme déclassé il avait se saoûler. Mais homme qu’est homme sait que le fait. Je suis fatigué d’avertir que ne se devoir pas l’importuner l’once avec bâton court Il est arrivé m’a dit beacoup de betises, m’appelant de mou, de malin et d’autes choses qui ne se parle pas à un homme marié, âgé. Dans ce momet je me deviens tout neuf et léger comme un garçon de dix-huit ans. Je crois encore que ce bandit a eu de la chance de j’ai eu la vontier de lui donner un tir bien au milieu de son visage. Seulement je n’ai lui pas tué parce que ne veux pas devoir une promesse à Saint Lázaro, protecteur des chiens. Fait attention, je vais parler ici pour vous : je suis capable de viser juste dans le chef d’allumette dans la distance de vingt ou trente mètre. Dans le moment que l’homme a aissayer de m’agresser avec une trique, j’ai regardé dans son poignet, seulement pour ne détériorer pas le reste de cuir. Ici dans la Baixada do Mearim, seulement mon ami Moisinho et moi que nous savons atirer de cette manière. Je vois mon ami faire une chose que j’ai pensé que seulement moi savais faire, c’est- à-direlancer un citron pour debout et couper la bestiole au milieu, à la balle".

BIBLIOGRAFIA

BARROS, Paulo Tarso. O benzedor de espingarda: contos. Impressão Editora Gráfica O Dia S.A, 1998.
FERNANDES, Francisco, LUFT, Celso Pedro, GUIMARÃES, F. Marques. Dicionário brasileiro Globo. 40 ed. São Paulo, Globo, 1995.
FLORENZANO, Everton. Dicionário EDIOURO francês/português português/francês. 18ª Edição, Ediouro publicações S.A.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo. Editora da Universidade de São Paulo, 1993 – ( Criação e críica; V, 12).                                                           MASSAUD, Moisés. A análise literária. São Paulo, Cultrix, 15a ed. 2005.                                       MASSAUD, Moisés. Dicionário de termos literários. São Paulo, Cultrix, 4ª. ed., 1986.                          PAGANO, Adriana. Traduzir com autonomia: estratégias para tradutor em formação. 2a ed., São Paulo, Contexto, 2003.  

Nenhum comentário: